quinta-feira, 25 de junho de 2009

“Quem quiser se curar da ignorância precisa confessá-la”.

Resumo por Cristiane Conti

“O que há de mais Humano na Gestão” – Saulo Figueiredo.

A frase de Michel de Montaigne é verdadeira essência da Gestão do Conhecimento:
“Quem quiser se curar da ignorância precisa confessá-la”.
A Gestão do Conhecimento (GC) é uma realidade ainda não prioritária nas empresas, pela simples falta de compreensão.
Prova disso, numa organização, é a colocação de verdadeiros talentos em posições que nada tem a ver com suas aspirações, potencial e força de trabalho, ocasionando insatisfação e desânimo em melhor desempenhar a função, contrariando a própria Gestão do Conhecimento.
Ora, a GC exige exatamente a atuação coerente dos gerentes e diretores ante seus subordinados para que s talentos não sejam perdidos e sejam postos em cargos novos.
Com muita propriedade, a GC deve se dedicar à identificação e desenvolvimento de potencialidades escondidas, além de estimular os colaboradores de uma organização a se comportarem pró-ativamente em favor da busca e obtenção do saber, além de identificarem os seus limites e pedirem ajuda, compartilhar problemas, a se apresentar sempre a disposição para entender e ensinar algo, a valorizar os que sabem e os que pedem ajuda, entre outros.
Mas qual é a diferença entre os colaboradores que sabem e os que aplicam sua sabedoria?
Cediço que muito do “patrimônio” intelectual da companhia pode ser usado, mas não pode por ela ser obtido. Esta parte importante “se torna propriedade” da empresa apenas enquanto aplicada voluntariamente a seu favor.
SÓ ATITUDE NÃO BASTA, pois esta deve vir acompanhada de conhecimentos, habilidades, experiências, métodos e contexto.
A atuação desacompanhada de conhecimentos quase sempre depõem contra a organização. Isso porque só a atitude não basta. É preciso a atitude certa (com conhecimentos). Quanto mais atitudes incorretas as pessoas tomam, pior para a empresa. O ‘empowerment’ sem competência é trágico.
A competência sem atitude é inútil. Mas ainda, pior que a competência sem atitude são atitudes sem competência, devendo estas despertar a atenção da GC.
Por outro lado, se deixar-se a GC cair no esquecimento, certamente haverá o abandono e via de conseqüência, o não uso.
Em relação ao capital intelectual, portanto, advindo do homem, localizar colaboradores e recursos “abandonados” ou não considerados pela estratégia tem grande importância corporativa. Se existem pessoas com potencial, ilhadas, alocadas em trabalhos paralisantes que não geram crescimento, escondidas em rotinas e etc, isto deve ser descoberto e tratado à luz da GC, pois onde se encontram, jamais poderão gerar e/ou aplicar o potencial dos conhecimentos reprimidos. O que está abandonado pode estar esquecido e se está esquecido está também à margem da GC, portanto, de qualquer interesse empresarial.
Ademais, o capital Intelectual compreende e impacta a maneira de atuar, a inteligência dos processos de negócio e produção, a capacidade e a inteligência de relacionamento com os clientes, fornecedores e parceiros, o modo como opera, distribui, vende e atua na cadeia de valor, aplicações de software, patentes registradas, fórmulas secretas, marcas, imagem e etc. Além de cuidar e cultivar os ativos intangíveis de valor, a Gestão do Capital Intelectual, deve se certificar de que o pessoal esteja aplicando o saber em benefício da organização.
Por fim, se não houver disposição, motivação, empatia, propósito e atitude da melhor qualidade para aplicação generalizada de conhecimentos, de nada valerá o saber, de nada valerá criar estratégias.
Bibliografia: Figueiredo, Saulo - Gestão do Conhecimento - Estratégia Competitivas para a Criação e Mobilização do Conhecimento - QualityMark Ed.
2005 - Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento Brasil - artigo 2 “O que há de mais humano na Gestão” - Ed. 1, Ago. 2006.